Sobre seguir a substância do ser e depender somente de si.

Maria Alice @meninamadora

Existem jornadas com fluxos diferentes, umas com mais devaneios, estradas esburacadas, outras com terrenos limpos, mas não desprovidos de espinhos e pedregulhos, ainda assim, sempre de acordo com os seus fins naturais, vindos da essência, do seu porquê. Nós estamos submetidos à essas jornadas de um modo em que nem todas nos serão convenientes, e acabaremos por perceber que desavenças e angústias são relacionadas perfeitamente com a justificativa de cada caminho que nos é imposto.

​   Não sei você, mas sempre que estou numa fase turbulenta e pesada, cheia de compromissos no âmbito profissional e pessoal, encontro-me perdida, onde um sentimento de estagnação me consome exageradamente. Já sentiu isso? Como se nada fizesse sentido e todos os seus planos tivessem deixado de existir ali?
Essencialmente falando, nosso ser é dependente acima de tudo do ego, é exatamente por culpa dele que nos sentimos assim.

   O ego é o responsável por guardar tudo aquilo que está em constante procura por nosso melhor desempenho, nosso sucesso, nossa adesão e evolução em quaisquer que sejam os âmbitos. É aquele que encontra-se páreo da arrogância e ambição, sejam elas aplicadas de modo material ou espiritual.

    Contudo, há a substância do ser. Sua essência. O que o faz ser quem se é, acima de qualquer alienação e busca por inclusão sociológica. É ela que responsabiliza-se por os sentimentos vindos da alma, do coração, aqueles que não estão diretamente ligados com as ganâncias mundanas.

​    E por que o ego nos domina desse jeito? Tenho um exemplo fresquinho que pode deixar a situação mais nítida em sua mente:
Sabe quando estamos numa discussão e perdemos a razão, ou nosso argumento se torna inválido perante ao ponto central do que está sendo debatido? Não aceitamos estar abaixo de um adversário de debate, de um cargo ou de uma colocação quando nos encontramos instigados a superar nossas expectativas naquilo que nos foi imposto, porque nosso ego está sempre em busca de crescimento, grandeza.

    O fato de não atingirmos o que estava nos deixando atiçados para tomar a razão, nos deixa proporciona uma sensação de impotência.

   Devido à impotência, nos sentimos carentes de apoio, auxílio. Acabamos por estar dependentes de palavras alheias, motivações vindas do âmbito externo. Há uma espécie de comprometimento emocional com as pessoas que compõem nossas relações sociais, fazendo com que nós não sejamos psicologicamente capazes de nos fazer crescer.

   ​Digo por minha pessoa, que depender de outros seres em qualquer área e circunstância de suas vidas é uma das piores sensações. Nem todos, mais precisamente, uma grande minoria se dispõe nesse tipo de atitude, entretanto, esperar dos demais é como estagnar-se naquela situação nada confortável para o nosso crescimento pessoal. Precisamos trabalhar o nosso autoconhecimento. Será mesmo que preciso de outros para seguir em frente? Eu não mereço seguir em frente por quem sou?

​   Portanto, não sejamos pessoas que esperam impulso das demais. Fisicamente falando, segundo a primeira lei de Newton, o princípio da inércia, somos metaforicamente objetos que só entram em movimento com a ação de uma força, então que essa força venha de dentro, impulsionada por nossas fortalezas reconhecidas e nosso foco no objetivo que nos puxa como se houvesse uma corrente eletromagnética. Esperar essa ação de indivíduos que não estão dentro de nossas vivências, é como manter-se num eterno repouso. Sejamos nossos próprios responsáveis por tais estímulos, que eles nos lancem em busca do que nos faz crescer como pessoas e daquilo que de fato nos engrandece mentalmente: A substância do nosso ser, o que nos faz ser quem somos e lutar pelo que lutamos.

    Você merece conquistar o que sonha por somente um alguém: Ti mesmo.